sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A CRISE DO SENADO


Depois de 20 anos de Ditadura oficial, mais os vários períodos de ditadura dissimulada que tivemos no País, a impressão que se tem é que a quadrilha que integra o Senado Federal não possui nenhuma consideração pela conquista obtida pelo cidadãos brasileiros: a reabertura política e, mesmo não sabendo se cabe aqui, democracia. Digo que não sei se cabe aqui porque não sei bem que tipo de democracia dizem que conquistamos. Se é a de votarmos, tudo bem. Mas desde já é bom frisarmos que democracia não se resume a isso. Democracia mesmo, com "D" maiúsculo, é aquela em que o povo mesmo assume a responsabilidade pela vida de seu território, de seu País. Não se limita, portanto, a votarmos de dois em dois anos. Mas deste tipo de democracia a elite brasileira possui um tremendo medo, afinal, num cenário como este seria enorme a possibilidade de perder o controle das coisas, de manter a dominação exercida e, junto com ela, a escravidão a que submetem o povo desta república de não-cidadãos.
A recente crise no Senado é mais um exemplo do que acabo de dizer. E são tantas as crises, tanto no Senado quanto na Câmara Federal, que temos que especificar bem de qual estamos falando para não sermos imprecisos: Estamos falando do caso Sarney, junto com todo o circo armado em torno dele. É horrendo vermos as "vossas excelencias" se acusarem mutuamente, como no episódio entre o senador Tasso Jereissati e Renan Calheiros, dois coroneis querendo passar por mocinhos. Mas é bom não esquecermos o pano de fundo do atual teatro: as peripécias do coronel do maranhão, o dos atos secretos, atituides que com certeza refletem costumes de épocas passadas, notadamente a que terminou a aproximadamente duas décadas atrás. E são tantos os coroneis por metro quadrado que o Senado brasileiro mais parece um quartel militar do que o legislativo de uma nação. Já passou da hora de tirarmos estes sujeitos da vida pública.

(Foto: info.abril.com.br)

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OS DESAFIOS PARA A ESQUERDA.

 

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